sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Após trinta anos no poder Hosni Mubarak renuncia o cargo

Por Danilo Souza

Após 18 dias de intensos protestos que resultaram na morte de 300 pessoas e mais de cinco mil feridos, o presidente do Egito Hosni Mubarak resolveu renunciar o poder. Há trinta anos como chefe de Estado, nos últimos dias ele foi alvo de diversas manifestações contrária a sua permanência na presidência do país. Na última quinta - feira (10), depois de mais um dia de manifestações na capital no Cairo, ele frustou milhares de pessoas nas ruas ao declarar, que estabeleceria "novas medidas para manter a ordem no país". As declarações de Mubarak levou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama a dizer que novas medidas não seriam suficientes para manter a ordem no país, e que ele deveria respeitar a vontade popular. Eram duas tarde horário de Brasília, quando o vice -presidente, Omar Suleiman anunciou que Hosni Mubarak, estava renunciando a presidência.




Histórico

Muhammad Hosni Mubarak, nasceu em 14 de maio de 1928, projetou-se no serviço militar, mas precisamente na guerra do Yom Kippur. Pelo seu desempenho e habilidade diplomática para lidar com os constantes conflitos no oriente médio foi promovido a marechal em 1974. Nos anos que se seguiram, chegou a vice - presidência do país no governo Anwar El -Sadat. Em 1981, com o asssassinato de Sadat, Mubarak chegou a presidência, sendo reeleito por quatro vezes.
No início do ano, começou uma onda de protesto por todo país exigido sua renuncia. Jovens mobilizaram a sociedade egípcia à lutar a favor da democracia e contra a injustiça social no Egito. As cidades do Cairo, Alexandria e Suez eram o centro das manifestações. Há 30 anos no poder, Mubarak acumulou uma fortuna de US$ 70 bilhões. Essa realidade, contrastava com a vida de 40% da população do país que vive abaixo da linha da pobreza. O seu governo foi caracterizado por denúncias de corrupção e medidas arbitárias. No campo diplamático, ele buscou entreitar as relações com Washington e convivência pacifíca com Israel, e dura repreensão contra os partidos de oposição ao seu governo. Nos últimos dias, ele determinou que os serviços de internet fosse suspenso, a Tv Al Jazera também foi proíbida de funcionar nesse periodo.




O futuro do Egito

"Parecia final de copa do mundo". Essa frase do estagiário brasileiro Rodrigo Silva, de 27 anos que mora no Egito há um ano, resume o momento histórico vivenciado pla nação. Apesar do futuro político incerto a população comemora nas ruas a saída de Mubarak do poder. O que se sabe até agora é que o país será governado interinamente por uma junta militar e que o povo egípcio não quer uma ditadura. Para o especialista em Oriente Médio do Instituto de Estudo de Guerra dos Estados Unidos, Andrew Terrill, independnte de quem governe o país terá uma árdua tarefa pela frente. "O Egito tem uma miríade de problemas econômicos, uma corrupção tremenda, uma população que cresce muito rápido, e qualquer governo que subir ao poder vai ter um prato cheio para lidar. Há muita coisa que vão ter que fazer para agradar as massas. O trabalho está só começando, e esse período vai ser muito difícil para os egípcios", comenta Terrill.

Repercusão no mundo árabe

Que o Oriente Médio é um barril de pólvora preste a explodir a qualquer momento todo mundo sabe. O reflexo da queda de Mubarak foi imediato no mundo árabe, tendo em vista, ser o Egito o maior país da região. Na Argélia e no Iêmen já se falam em uma revolta popular em busca de mudança na política de ambas nações. Vale ressaltar que no início de janeiro a Tunísia, através de um levante popular conseguiu tirar o presidente Ben Ali que já estava há 23 anos no poder. Passado o momento de eufória da população, existem questões fundamentais a serem analisadas para a política da terra dos faraós. Será que todos os partidos terão representatividade? E os mulculmanos radicais? E os militares estarão dispostos realmente a fazer um governo de transição? Essas perguntas serão respondidas no decorrer do tempo, pois agora o povo egípcio só quer comemorar a volta da democracia.

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