sábado, 5 de junho de 2010

Ler, conhecer e viver

Por Danilo Souza

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que 68% da população sabe ler, no entanto, não conseguem interpretar. É o que os profissionais da área de educação chamam de “analfabetismo funcional”. Em Salvador, no bairro do Calabar, existe uma ação social que busca sanar as dificuldades de crianças e adolescentes no que se refere à leitura e interpretação de texto.
Ler, Conhecer e Viver, esse é o nome da ação que tem feito à diferença e melhorado, gradativamente, o fator da leitura interpretativa na comunidade. Ele é coordenado pelo jovem Rodrigo Nunes, morador do bairro há 26 anos. Ele diz: “Para mim, é muito gratificante tomar conta desse espaço, que tem promovido o saber entre a população jovem do bairro.”.
Inaugurada há um ano e meio, a biblioteca do Calabar como é conhecida entre os moradores, possui um acervo diversificado, com obras que vão de Monteiro Lobato passando por Machado de Assis e chegando a Carlos Dumont de Andrade. No espaço, os adolescentes não só lêem, eles praticam pequenas encenações teatrais com os conteúdos extraído das obras lidas, é uma forma de fixar melhor os textos, o que conseqüentemente influencia na melhor interpretação. O adolescente Ubiratan Sá, freqüentador assíduo da biblioteca, comenta: “As leitura que realizamos aqui no espaço abrem nossas mentes, além disso, temos o mini teatro que nos ajuda a fixar melhor o conteúdo visto nos livros”. Nesse contexto, vale ressaltar que, quanto mais cedo uma criança tem contato com algum tipo de literatura a probabilidade que ela tem de entrar para a estatística como analfabeto funcional é quase zero, afirma a professora de Língua portuguesa do Colégio Estadual Luiz Eduardo Magalhães, Tânia Carvalho.

Dificuldades do início e parcerias importantes

No inicio, houve inúmeras dificuldades, a principal delas foi quanto à aquisição de livros, pois até então, os que haviam eram doados pela comunidade. “Tínhamos uma necessidade de renovar o acervo e adquirir novas obras”, comenta Rodrigo. Foi nesse contexto que surgiu a parceria com as lojas C&A, tendo em vista que, a rede possui um instituto próprio que dá apoio logístico e financeiro para ações que promovam o bem - estar e inclusão social em comunidades carentes. Hoje, a cada três meses, a empresas tira do seu quadro de funcionários voluntários e mandam ao Calabar para ministrar palestras sobre cidadania e outros temas relevantes para comunidade, demonstrando que, através de parcerias entre Organizações não governamentais (ONGS) empresas privadas quem sai ganhado são as comunidades carentes.
A verdade é que, quanto aos fatores leitura interpretativa e inclusão social, o projeto Ler, conhecer e viver tem sido referência na comunidade local, pois além de tirar os adolescentes das ruas do bairro apresenta para os mesmos um mundo diferente por meio das páginas dos livros e dessa forma proporcionam a possibilidade de sonhar com um futuro melhor. Quem quiser obter mais informações sobre o projeto pode ligar no tel.: 8701 8201 / 92787523, falar com Rodrigo Nunes ou por email: Rodrigo_calabarvivo@hotmail.com.

Deficientes lutam por direitos iguais

Por Danilo Souza
No Brasil os portadores de deficiência física sempre foram encarados como “coitadinhos”. Hoje, esse estereótipo não condiz com a realidade, pois através de muita luta e força de vontade, os mesmos vêem conquistando seus espaços no mercado de trabalho e declarando que, eles querem direitos e não piedade.
Atualmente, está em vigor no país a Lei de cotas, nº1213, em que toda empresa que possui acima de 100 funcionários, tem que ter no seu quadro 5% de deficientes. Ações como essa, têm mudado a vida de diversas pessoas que possuem algum tipo de limitação física. Um exemplo disso é a Dilza Vazão da Cruz, que possui deficiência visual e conseguiu um emprego de carteira assinada. Ela comenta: “Eu estou muito feliz com o meu emprego, os colegas de trabalho são maravilhosos”. Dilza tem outros projetos futuros, um deles, é estudar serviço social sua paixão.
É importante ressaltar que, muitas das vezes, os portadores de deficiência no ambiente de trabalho se dedicam mais de que as pessoas vistas como “normais”. Demonstrando atitude, pro atividade, foco em suas tarefas, garra e determinação, que são elementos fundamentais para o sucesso profissional em qualquer ambiente de trabalho. Como ressalta Carlos Neida, supervisor de uma loja do varejo em Salvador. Ele diz: “Fico impressionado com a garra e a vontade de aprender de dois funcionários que tenho com esse perfil, eles são exemplos para todos na empresa”.


Abadef, há 29 anos lutando pelos direitos dos deficientes físicos.

A Associação Baiana dos Deficientes Físicos (ABADEF), criada há 29 anos por iniciativa do médico Creuzio Alves, que tem como objetivo a inclusão do deficiente no mercado de trabalho, atualmente é presidida por Luíza Camara, que carrega a bandeira da inclusão dos deficientes em todos os ambientes sociais. “Queremos direitos e não piedade. Queremos respeito e não caridade”, ressalta Maria Luiza. É importante comentar que existem aproximadamente 300 empresas conveniadas com o órgão que procuram pessoas com esse perfil. Além dessas empresas, a instituição mantém parcerias com o Serviço nacional de aprendizagem comercial (SENAC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) para cursos de capacitação em prol dos portadores de deficientes.
Ao chegar à sede da associação que se localiza na Avenida sete de Setembro, 281 Palácio da Aclamação (Passeio público), nota-se a urgente necessidade de um maior espaço para o órgão. “Nós já falamos com a secretaria da ação social do Estado, eles dizem que estão procurando ver um melhor local para ceder ao órgão”, comenta Luiza Camara.
Apesar das dificuldades, a associação baiana dos deficientes físicos (ABADEF), têm feito a diferença para essa parcela da população que tanto necessita de um auxilio, seja para inclusão de mercado de trabalho ou até em outras questões referentes ao dia a dia dos mesmos. Quem quiser obter mais informações sobre a associação pode ligar no tel. 3321 5500, ou através do E-mail: abadefba@yahoo.com.br.